27 de março de 2019

World War Z, filmes e livros

Atenção: este texto pode conter "estragadores". É português para "spoilers", que é quando se conta partes de um filme que as pessoas ainda não viram. Mas eu vou falar do filme World War Z, que saiu em 2013, por isso, quem ainda não viu, paciência.
O filme teve como título em Portugal "WWZ – Guerra Mundial". E no Brasil "WWZ – O Escambáu Geral". Seria um título mais fixe, mas não foi esse que o deram. No Brasil foi simplesmente "Guerra Mundial Z". É como se fosse uma das séries do Dragon Ball mas sobre mortos-vivos. Porque é isso mesmo que o filme trata. É sobre um homem que trabalha nas Nações Unidas e anda à procura de sobreviventes e informações sobre o apocalipse zombie que tomou conta do mundo.
Eu gostei do filme. Eu sou fã de filmes de zombies mas prefiro os zombies tradicionais à lá George Romero, ou seja os mortos-vivos que andam a coxear, cambalear, tal e qual o pessoal do Bairro Alto às 5 da manhã. Os do WWZ correm, saltam e fazem todo o tipo de acrobacias, tal e qual o pessoal das discotecas de Alcântara às 5 da manhã. Mas esses zombies têm uma boa justificação para isso. Os do Romero é porque são mortos que voltaram à vida, os do WWZ é devido a um vírus da raiva. Imagina uma pessoa ter snifado cocaína, tomado speeds e estar a tratar de assuntos nas Finanças. É mais ou menos isso.
Ainda me lembro da frase que um rapaz disse no cinema quando viu os zombies correr e saltar:
-"Viste o parkour dos gajos?"

O filme WWZ é baseado num livro de Max Brooks com o mesmo nome. Há pessoas que disseram que gostaram mais do livro. Aliás, muitas vezes acho que dizem isso só para parecerem mais intelectuais. E isso é uma coisa que me faz sempre espécie. Porquê comparar um filme a um livro? São duas coisas completamente diferentes. Lógico que é muito difícil um filme retratar tudo o que está num livro, porque aí a história é muito descritiva. A não ser que o filme tenha 52 horas de duração. O contrário também se aplica. Um livro não consegue retratar o que se passa num filme. Para descrever todo o tipo de ação, o livro teria de ter 52 volumes. São duas experiências diferentes. Um deles é um grande ecrã com imagens em movimento, sons, música e efeitos especiais. O outro é um bloco de folhas preenchidas com letras. Ok, posso perceber que quando se lê um livro muito interessante e emocionante, depois vai-se ver o filme e não é assim tão bom como lemos no livro. Mas isso é quando é muito baseado na história, como num romance por exemplo. Não num filme como este em que o que se quer ver é ação.
Qual é o melhor? Ver um exército atacar uma multidão do zombies, ouvir explosões, disparos, gritos, banda sonora... ou ler a mesma cena num livro desta forma:
"Os militares estavam a postos, alinhados nas ruas de Los Angeles. Estava uma tarde com muito sol, uma temperatura amena, porém com algum calor. Uma leve brisa passava por entre os prédios. Alguns pássaros voavam..." Epá, já estou a adormecer. Grande seca.
Isto é o mesmo que estar num restaurante a comer um belo prato de arroz de gambas com molho de caril e coco e no fim dizer que gostou mais de ler a receita.

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