20 de março de 2019

Restaurantes de fast-food

Não vou muito a restaurantes de fast-food, porque a comida não faz bem à saúde. Epá, mas sabe tão bem. Mas quando eu vou, irrita-me alguns comportamentos dos clientes. Porque é que as pessoas escolhem tanto quando pedem um hambúrguer?
Cliente-"Eu quero... hummm... quero aquele hambúrguer do menu 1, sem cebola, mas ponha uma rodela de pepino extra, sem maionese e com mostarda. Mais um do menu 2 mas com queijo extra, com tomate mas sem cenoura. O hambúrguer é bem passado mas ponha pouco sal... Quero também 3 Colas, mas 1 delas é média,..."
Porquê tanta escolha? Aquilo é tudo comida plástica. Aquilo é tudo gordura. Aquilo vai tudo sair pelo mesmo buraco.
Eu quando vou a esses restaurantes acontece assim:
Eu-"Quero um hambúrguer."
Empregado-"Qual?"
Eu-"Qualquer um. É tudo igual."
Simples e eficaz.

Lá não vendem bebidas muito alcoólicas. Eu gostava era que houvesse um menu só para álcool nesses restaurantes. Era chegar lá e pedir:
-"Queria um BigVodka, com extra limão e um HappyWhisky para o meu filho."

Uma vez vi uma publicidade sobre um desses restaurantes onde falavam da frescura da fruta portuguesa, do melhor queijo dos Açores, da carne bem tratada... e depois mostram um hambúrguer cheio de molho ao lado de uma Cola cheia de açúcar. Isto é o mesmo que dizerem:
"Venha passar férias num local sossegado, longe da civilização, junto ao mar e uma linda paisagem natural. Venha ao Pólo Norte."

Por isso é que prefiro ir a restaurantes normais. Comida confecionada na hora, comer no prato, beber uma bela vinhaça... Mas aí também noto algumas coisas nos comportamentos dos clientes.
Nós quando vamos a um restaurante comportamo-nos como 4 tipos de animais: o cão da pradaria, o leão, o camelo e o perú. Conhecem o cão da pradaria? Parece um esquilo e está sempre a olhar todo esticado. Pois é, quando entramos num restaurante cheios de fome, somos um cão da pradaria à procura de lugar para sentar. Depois, quando notamos que há gente que teima em ficar nas mesas a conversar, ficamos chateados como os leões. Quando vamos para a mesa, mastigamos que nem um camelos. Depois de comer, saímos da mesa, todos satisfeitos, com o telemóvel, carteira e óculos escuros nas mãos, a ajeitar as calças, a andar como perús.

Já há algum tempo que não vou almoçar fora, a um restaurante normal. Eu costumava ir a um na Costa de Caparica, chamado "O Barbas". O dono também criou outro restaurante, com o nome original de "O Barbas 2". E porquê "O Barbas 2"? Tem continuação, como nos filmes? Antes de ir ao Barbas 2, temos de primeiro ir ao 1 porque senão não percebemos?
Cliente- "Eu gosto muito deste prato mas gostaria de saber como foi feito. Pode-me dizer?"
Empregado- "Não podemos dizer aqui. Mas não se preocupe porque dentro de 2 meses vamos criar o restaurante "Barbas: A Prequela". E aí já fica a perceber tudo."
Ou então pode acontecer isto:
Cliente- "Olhe, desculpe. Eu pedi carne de borrego, mas isto não sabe a borrego."
Empregado- "Desculpe, mas isso é borrego. Tem de saber a borrego."
Cliente- "Isto é borrego? Mas não pode ser."
Empregado- "O senhor já foi ao Barbas 1."
Cliente- "Ainda não."
Empregado- "Ah, então é por isso que não sabe a borrego. Tem de ir primeiro ao Barbas 1, só depois é que aqui é que sabe."
E será que vão fazer uma trilogia?
"Depois do sucesso culinário de O Barbas e a continuação da aventura alimentar em O Barbas 2, não perca, a conclusão da história, a vingança final, a revolta alimentar total em... O Barbas 3. Um homem... e a sua barba."
E lançarão em dvd, com extras, trailer do restaurante e cenas cortadas com os enganos dos cozinheiros a fazer a comida?

Versão podcast disponível em:
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Soundcloud - https://soundcloud.com/baboseiras
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